Muitas das criticas a respeito do novo álbum da cantora norte-americana Miley Cyrus vão além de uma simples análise das canções que o compõe. Em "Young Now", para os críticos e boa parte do público, a nova imagem de Cyrus também é um elemento que se deve levar em consideração no momento da audição. E, para isso, há um motivo.
Ao longo da carreira, a norte-americana vem alimentando uma série de facetas. Começando pela inocente Hannah Motana e, em seguida, pela polêmica boba entre a verdadeira identidade da personagem, logo quando ela começou a lançar trabalhos assinados com seu verdadeiro nome artístico. Mas durante essa transição pouca coisa afetou na sonoridade e até mesmo no conceito dos registros lançados por ela. Contudo, o sucesso de "Party In The USA" nos charts provocou mudanças na cantora. Até então o público de Miley não era de uma faixa etária que a garantia emplacar hits no topo das principais paradas de sucesso e, no momento que seus singles começaram a alcançar boas posições nas Billboard, a cantora partiu para uma fase de amadurecimento, tanto em suas canções quanto na sua imagem.
A partir daí, Miley inicia uma fase mais "adultizada"', com singles e clips extremamente provocativos, conceitos um tanto quando apelativos e que nada lembravam a artista de antes. "Can't Be Tamed" (2009) foi o ponto de partida para essa transição, embora não tenha tido tanto êxito comercialmente. Porém, "Bangerz" (2013), disco que flerta com os gêneros mais consumidos nos Estados Unidos, o R&B e o Hip-Hop, alimentado por uma série de polêmicas da cantora, garantiram a Miley o que ela havia visado: o topo dos mais importantes charts musicais e hits mundias.
Todavia, "Young Now" rompe bruscamente com a imagem construída nesses dois registros e traz um catálogo de canções que dispensam sintetizadores, batidas de hip-hop, letras de duplo sentido e vocais adornados por efeitos sintéticos; recursos que alimentam boa parte da música pop mainstream. São canções mais cruas e enxutas, em que riffs de guitarra e as cordas do violão são os principais instrumentos que dão corpo aos arranjos, dando espaço para que os vocais de Miley ganhem destaque.
Além disso, a cantora aposta no flerte com o country, mas longe de repetir o country moderninho de Taylor Swift ou de Carrie Underwood. Aqui, Miley prefere buscar referências em artistas mais old school, caso da faixa "Rainbowland", parceria com a veterana Dolly Parton.
Ainda que apresente uma nova proposta, a cantora nada surpreende nas 11 faixas do disco. Embora Malibu e Young Now abram o disco assertivamente, Miley derrapa em baladinhas mornas, insípidas e que não conseguem transmitir a devida emoção. "Miss You So Much" e "I Would Die For You" são exemplos de composições de arranjos repetitivos e que pouco crescem, tornando-as facilmente esquecíveis. "Bad Mood" e "Love Someone" seguem no mesmo erro.
Por outro lado, há momentos em que a audição se torna prazerosa. Faixas como "Week Without You" e "Thinkin" rompem com a monotonia do catálogo e trazem guitarras mais encorpadas, versos pegajosos e uma Miley que parece tentar ousar um pouco com a nova proposta, porém, e infelizmente, isso não se repete nas faixas restantes.
Em uma época conflituosa para o pop mainstream, onde hitmakers não conseguem mais um desempenho comercial satisfatório para seus singles e recorrem para uma mudança sonora em seus trabalhos, Miley Cyrus, com "Young Now", parece pouco se importar com isso. Na verdade, o novo trabalho soa como uma iniciativa da própria cantora e não para continuar estável nos charts. Contudo, o que se pode esperar de "Young Now" ao ouvi-lo é um catálogo de canções esquecíveis, já outras chegam a aguçar a curiosidade do ouvinte, mas de forma efêmera. No geral, o disco acaba tornando-se um registro aleatório em meio a uma discografia confusa de uma artista de personalidade mutável.
Ainda que apresente uma nova proposta, a cantora nada surpreende nas 11 faixas do disco. Embora Malibu e Young Now abram o disco assertivamente, Miley derrapa em baladinhas mornas, insípidas e que não conseguem transmitir a devida emoção. "Miss You So Much" e "I Would Die For You" são exemplos de composições de arranjos repetitivos e que pouco crescem, tornando-as facilmente esquecíveis. "Bad Mood" e "Love Someone" seguem no mesmo erro.
Por outro lado, há momentos em que a audição se torna prazerosa. Faixas como "Week Without You" e "Thinkin" rompem com a monotonia do catálogo e trazem guitarras mais encorpadas, versos pegajosos e uma Miley que parece tentar ousar um pouco com a nova proposta, porém, e infelizmente, isso não se repete nas faixas restantes.
Em uma época conflituosa para o pop mainstream, onde hitmakers não conseguem mais um desempenho comercial satisfatório para seus singles e recorrem para uma mudança sonora em seus trabalhos, Miley Cyrus, com "Young Now", parece pouco se importar com isso. Na verdade, o novo trabalho soa como uma iniciativa da própria cantora e não para continuar estável nos charts. Contudo, o que se pode esperar de "Young Now" ao ouvi-lo é um catálogo de canções esquecíveis, já outras chegam a aguçar a curiosidade do ouvinte, mas de forma efêmera. No geral, o disco acaba tornando-se um registro aleatório em meio a uma discografia confusa de uma artista de personalidade mutável.
Nota: 5.5
Gravadora: RCA Records
Faixas: 11
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