Receita: 7 músicas para se apaixonar pela série Girls


Girls é uma série de comédia dramática produzida pela HBO, idealizada e dirigida por Lena Dunham, a qual interpreta Hanna Horvath, personagem principal do elenco. O seriado conta a história de quatro garotas, entre os 20 poucos anos, que precisam lidar com a independência, as inseguranças, os relacionamentos, os problemas com auto estima e, principalmente, os obstáculos que as impedem de realizar seus sonhos.

Hanna Horvath (Lena Dunham) é o ponto central da narrativa. É uma recém formada em jornalismo que aspira torna-se uma grande escritora e que lida com alguns problemas pessoais, como o desconforto com o próprio corpo. Ao longo dos capítulos, mergulhamos nos dramas quase infantis de Hanna, nas decepções com empregos que não lhe agradam e em suas frustrações ao encarar a vida adulta, longe da proteção dos pais. 

As outra garotas passam por problemas semelhantes, embora cada uma tenha certas particularidades. Marnie Michaels (Allison Williams) é a melhor amiga de Hanna e sonha em trabalhar com questões ambientas, embora seja um recepcionista de galeria e que, ao decorrer dos capítulos, também enfrenta problemas com empregos e com um relacionamento desinteressante. Já Jessa Johansson (Jemima Kirke) é uma garota britânica, irresponsável e que foge das dificuldades da vida adulta, porém, na segunda temporada, conhecemos melhor as fragilidades da personagem, os problemas com o pai e a tentativa de enquadrar-se na realidade do mundo adulto que tanto evitava. Por fim, temos a engraçada Shoshanna Shapiro (Zosia Mamet), prima de Jessa. Soshanna é mostrada como uma garota boba, ingênua, virgem e preocupada com os estudos, mas logo tudo isso muda e Soshanna imerge em um universo contrário ao qual estava acostumada. 

Girls foi bem recebida pela crítica, tendo a primeira temporada com a nota 81 no Metacritic. Além disso, no início, a série foi comparada com a famosa Sex and the City, mas, graças à Lena Dunham e aos roteiristas da série, Girls mostrou-se ser um seriado mais complexo, tangível e que dialogava de forma mais verossímil com o seu público, além de retratar alguns tabus da sociedade atual em sua narrativa. 

Contudo, uma das características mais interessantes e que enriquecem o seriado é a trilha sonora. Enquanto nos deparamos com os conflitos de Hanna e suas amigas, somos agraciados por músicas que deixam cada cena mais engraçada, dramática ou que intensificam os momentos melancólicos e tristes da série. Passeando pelo synthpop de Robyn, o indie-rock de Oasis e até o pop de Lily Allen, Girls é um acervo de boas músicas, sendo uma forma interessante de se conhecer novos sons e artistas. Sendo assim, o Música na Mesa traz uma listinha com 7 músicas para você se apaixonar pela série. 

1.  The Knife - Hearbeats 


The Knife é um duo de synthpop sueco formado por dois irmãos, Karin Dreijer Andersson e Olof Dreijer. "Hearbeats", primeira faixa do álbum "Deep Cuts" (2003) do duo, aparece na série no episódio cinco da primeira temporada, tocando numa balada, um flashback que a personagem Marnie tem do momento em que conheceu Charlie, seu atual namorado, o qual, juntos, vivem numa relação não muito interessante. A canção traz sintetizadores que tomam boa parte dos quase quatro minutos de audição e vocais sufocados pelos efeitos sintéticos. É uma ótima canção para quem curte música eletrônica. 

2. Oh Land - White Nights


Oh Land é o nome dado ao projeto da cantora e compositora Nanna Øland Fabricius. Nanna é uma cantora de indie-pop dinamarquesa e que teve o primeiro álbum de seu projeto lançado em 2008. Na série, a canção "White Nigths" toca em um dos momentos mais engraçados da primeira temporada. No sétimo episódio, Marnie, que não gosta nenhum pouco de Adam (Adam Driver), affair de Hanna, e após Hanna e Adam discutirem a própria relação, aparece de taxi para levar a amiga de volta para casa e livrá-la de Adam. Porém Hanna, com todo seu jeito mimado, acaba obrigando todos a voltarem juntos no taxi, imprensados no banco de trás junto com a bicicleta de Adam. "White Nights" é uma gostosinha canção pop, que brinca com sintetizadores, teclado e transições eletrônicas que ficam de fundo na música. Nanna adiciona ainda todo um toque de doçura na música com sua voz suave. 

3. Father John Misty - Nancy From Now On


Father John Misty é o nome do projeto de indie-folk do cantor e compositor Josh Tillman, que recentemente trabalhou com nomes como Beyoncé e Lady Gaga. "Nancy From Now On" surge como trilha sonora em um dos episódios mais sensíveis e reflexivos para Hanna. No quinto episódio da segunda temporada, Hanna vive uma rápida relação com Joshua, um médico bem sucedido e recém separado da esposa. O médico vive numa casa dos sonhos, cheia de cômodos, sala de jogos, um banheiro com sauna e tantas outras coisas longe da realidade vivida por Hanna. É nesse episódio que a personagem principal, ao viver aquela efêmera relação, percebe que tudo o que ela deseja para vida era ser tão bem sucedida quanto Joshua, mas que inconscientemente se atarefava com outras coisas, pois sabia que nunca conseguira ter a boa vida que o médico levava. "Nancy From Now On" é composta por uma atmosfera melancólica, uma letra com teor quase masoquista, típico do universo construido por Josh Tillman. 

4. Nancy Sintra - Sugar Town

 
Nancy Sintra foi uma famosa atriz e cantora dos anos de 1960, filha do lendário cantor Frank Sinatra. Nancy é dona do famoso hit "These Boots Are Made for Walkin'", regravado até hoje por várias estrelas da música country, como Jessica Simpson, por exemplo. A faixa aparece no finalzinho do quarto episódio da terceira temporada da série. É um momento bem engraçado, pois Hanna conta uma história triste de outra pessoa como sendo sua para Adam, a fim de inventar uma desculpa por algo que ela tinha feito. "Sugar Town" exprime toda a sensualidade de Nancy Sintra, uma das sex symbols da sua época. Um canção pop de melodia fácil, curta e de letra bobinha, mas gostosa de se cantarolar. 
5. Lily Allen - L8 CMMR

 

Embora o último álbum de Lily Allen tenha sido bem fraco, é impossível não colocar sua canção "L8 CMMR" na lista. Não porque a canção é trilha de um momento marcante da série, mas pelo fato de ela ter sido exclusivamente lançada no episódio oito da terceira temporada de Girls. A faixa foi produzida e escrita por Lily em parceira com Greg Kurstin. Greg apresentou algumas canções para um amigo que trabalhava na série e, esse, pediu para incluir "L8 CMMR" na soundtrack do seriado. Além disso, Girls já foi plataforma para lançamento de faixas inéditas de outros artistas, como Beck, Miguel e Jenny Lewis. "L8 CMMR" é canção de batidas robôticas, vocais autotunados e efeitinhos sintéticos, soa como uma daquelas musiquinhas que saem de brinquedos eletrônicos para crianças. 

6. Fiona Apple - Valentine

 

Fiona Apple é uma cantora norte-americana de música alternativa, é compositora e pianista. Lançou seu primeiro álbum com menos de vinte anos e foi bem aclamada pela crítica por suas composições que retratam questões psicológicas. "Valentine", faixa presente no melancólico "The Idler Wheel..." (2012), um dos melhores álbuns de 2012, preenche uma cena bem triste para Hanna, no nono episódio da segunda temporada, na qual vê seu ex-namorado dançando com a nova namorada dele. A canção traz uma forte carga melancólica, é minimalista, tendo apenas o piano compondo o arranjo e guiando o ouvinte pela composição a qual Fiona desabafa todo seu esforço para o amado que não dá a mínima para ela.  Aliás, para quem está com o coração partido, "The Idler Wheel..." é uma trilha sonora perfeita para esse momento. 

7. Kings Of Convenience - I'd Rather Dance With You 

  

Kings Of Convenience é um duo de folk-pop/indie-pop da Noruega. O grupo se destaca por suas melodias delicadas, vocais mansos e seu pop ingênuo e extremamente envolvente. A canção toca num momento um tanto quanto trivial na série, nada que mereça ser mencionado. "I'd Rather Dance With You" é melhor exemplo da proposta do duo. Um canção de arranjo singelo, mas que encanta logo na primeira audição. Tudo é minimamente dosado, o que compõe uma melodia contida, mas sem deixar de ser dançante.

0 comentários:

Postar um comentário