O ano de 2017 está repleto de lançamentos e previsões de lançamentos no cenário pop musical. Já tivemos Nelly Furtado com "The Ride"; Lana Del Rey com "Love" e "Lust For Life", singles de divulgação do novo álbum da cantora; Katy Perry com seu pop político em "Chained To The Rhythm", carro chefe do seu novo trabalho; Lorde repaginando-se sonoramente com "Green Light"; Paramore com o tropical "Hard Times" e muitos outros. Boa parte dos artistas citados são nomes que sempre marcam presença nos charts, porém as novidades da música pop não se resumem apenas ao cenário mainstream. O pop independente também vem trazendo bons lançamentos e Kate Nash, um dos grandes nomes do indie-pop, é um exemplo disso.
"Agenda
- EP" é o quinto registro de inéditas da cantora britânica e seu segundo
EP. Lançado na metade do mês de Abril, o novo trabalho de Kate Nash traz quatro
canções que reafirmam o seu amadurecimento, algo já nítido em "Death Proof
- EP" (2012), primeiro EP da cantora, e que se cristalizou com "Girl
Tak" (2013), seu terceiro álbum de estúdio. Porém no novo trabalho, a
britânica abandona a imagem e a sonoridade rebelde, de guitarras desenfreadas e
influências do movimento Riot Grrrl, e se volta novamente a um som mais pop,
embora não repita o que já foi apresentado em seus dois primeiros álbuns,
"Made Of Bricks (2007)" e "My Best Friend Is You
(2010)".
Nesse registro, Kate mostra-se mais solta, dando-se a oportunidade de experimentar e testar
novas fórmulas, ainda que mantenha o humor seco, tão presente na discografia dela. Longe de ostentar a imagem de garota fofa com boca suja de outrora, a
britânica parece mais confiante em flertar com outros sons, gêneros e ritmos,
sem precisar manter uma personagem. É o fruto do amadurecimento das duas
produções anteriores que, nesse momento, possibilitou que ela se explorasse musicalmente, provando para si mesmo (E para quem duvidava) o seu grande talento como musicista e compositora.
"Call
Me", "Agenda", "One Eye" e o single "My Little
Alien", embora componham um pequeno catálogo, são suficientes para
exprimir a facilidade com a qual Kate Nash transita por gêneros e épocas
distintas sem deixar de soar original e criativa. São quatro composições que não repetem o pop de crônicas humorísticas a respeito de amores não correspondidos ou de desabafos sobre relacionamentos problemáticos. Em "Agenda - EP", Kate fala sobre os momentos de descrença em si mesma, da falta de autoestima e da construção social do padrão de beleza.
"Call Me", faixa que abre o EP, leva o ouvinte a mergulhar de vez em um clima de verão. Marcada por um baixo desenvolto, violão, riffs de guitarra e um teclado que se destaca, a canção transmite uma atmosfera praiana, ainda que sua letra não corresponda a melodia tão alto astral. Em "Agenda", faixa-título, Nash chama atenção para seu recado de empoderamento através de rimas, dando vida a uma canção que brinca com o rap/hip-hop, repleta de efeitos eletrônicos imitando elementos do rap, como o scratch, por exemplo, batidas sampleadas e uma confusão de sons esquisitos. Faixa, essa, que chama a atenção pela forma criativa de se fazer uma crítica aos padrões de beleza impostos pela mídia ao mesmo tempo que a cantora personaliza um gênero para uma sonoridade já estabelecida em sua discografia, sem causar estranhamento para aqueles que acompanham o seu trabalho.
"Call Me", faixa que abre o EP, leva o ouvinte a mergulhar de vez em um clima de verão. Marcada por um baixo desenvolto, violão, riffs de guitarra e um teclado que se destaca, a canção transmite uma atmosfera praiana, ainda que sua letra não corresponda a melodia tão alto astral. Em "Agenda", faixa-título, Nash chama atenção para seu recado de empoderamento através de rimas, dando vida a uma canção que brinca com o rap/hip-hop, repleta de efeitos eletrônicos imitando elementos do rap, como o scratch, por exemplo, batidas sampleadas e uma confusão de sons esquisitos. Faixa, essa, que chama a atenção pela forma criativa de se fazer uma crítica aos padrões de beleza impostos pela mídia ao mesmo tempo que a cantora personaliza um gênero para uma sonoridade já estabelecida em sua discografia, sem causar estranhamento para aqueles que acompanham o seu trabalho.
Quanto
as duas outras faixas, Kate Nash dá a elas o tratamento tão recorrente em seus
registros: o flerte com o retrô. Todavia, nada do Soul ou do Doo Wop que já foram
influências para cantora. Aqui, a britânica resgata a sonoridade do rock and roll da década de 60. "One
Eye" é uma pequena narrativa na qual a cantora relata uma vingança, após sofrer uma traição. No
início, a canção soa como uma trilha sonora de filmes do velho oeste, mas é no refrão que nos deparamos com a pegada do rock seiscentista, o que lembra as produções de grupos femininos da época, como The Chordettes . Já "My
Little Alien" não fica para trás. A última faixa do EP e first single é uma baladinha que mantém o flerte com o rock retrô, porém
cheia de ruídos e efeitos eletrônicos, que contribuem para dar toda uma
atmosfera ufológica à canção.
Ainda
que Kate não tenha lançado o seu quarto álbum, "Agenda - EP" é um
registro suficiente para acalmar as expectativas de quem estava aguardando por
algo novo da cantora. Composto por quatro boas canções, que deixam os indícios
do direcionamento que ela dará a seu futuro trabalho, o EP contribui para reafirmar a qualidade do pop produzindo por artistas independentes e da estabilidade da cantora em entregar bons trabalhos ao longo dos 10 anos de carreira, mesmo passando por algumas dificuldades. Dessa vez, Kate Nash conta com a ajuda dos fãs para produzir o próximo álbum de inéditas. Caso queira contribuir, é só acessar o perfil dela no Kickstarter e dá uma conferida no que ela tem a dizer sobre seu novo projeto.
Nota: 7.5
Gravadora: ?
Faixas: 4
Ouça: Spotify
AAAAAAAA EU ADOREI SUA RESENHA!
ResponderExcluirachei muito interessante o EP Agenda e já estou ansioso pelo álbum que com certeza, será brilhante como o ep!