Resenha: We Can Die Happy - Tennis


Após o ótimo "Yours Conditionally" (2017), Alaina Moore e Patrick Riley retomam o fôlego e lançam mais um registro. Dessa vez, o duo norte-americano Tennis entrega ao público o EP "We Can Die Happy", registro composto por cinco canções, fruto da luta de Alaina contra as suas crises de ansiedade.

No pequeno catálogo de faixas, ainda é presente as sonoridades dos anos 70 e 80 dos trabalhos anteriores, e que já são marca registrada do casal. O EP brinca com melodias pop, riffs de guitarra dançantes e vocais adornados por efeitos sintéticos vintage, criando uma atmosfera empoeirada para algumas faixas, como, por exemplo, em "Diamond Ring".  

O EP divide-se em faixas dançantes e outras em que Alaina expõe alguns momentos dolorosos da sua vida. "No Exit" e a já falada "Diamond Ring" resgatam a energia de faixas como "Never Work For Free", do álbum "Ritual In Reapeat" (2015). Porém, há momentos melancólicos por aqui, sentimento bastante presente no catálogo de canções de "Yours Conditionally", último trabalho lançado pelo duo. A baladinha "I Miss That Feeling" é uma composição delicada em que Alaina retrata uma de suas crises de ansiedade, como ela mesma afirmou no twitter. Mesmo que a guitarra e o teclado criem uma atmosfera sortuna, ainda sim, há um distanciamento do que já foi apresentado no álbum anterior. 

Por outro lado, "Born To Be Needed" soa despretensiosa, longe de querer se encaixar em sentimentos melancólicos. A canção é uma pequena narrativa em que Alaina conta como a ansiedade a autossabotava, tornando-se descuidada com a própria saúde. Mas é nos versos Baby, I was born to be needed que o ouvinte nota a autoafirmação da cantora em enfrentar a doença. Além dessa, "Building God", faixa de encerramento, embala o ouvinte numa atmosfera mais letárgica,  empoeirada, e dá continuidade as composições de enfrentamento.

"We Can Die Happy" é mais um ótimo registro do duo, que vem evoluindo a cada novo trabalho. Dançante e melancólico, o EP expõe confissões e sentimentos muito presentes na vida daqueles diagnosticados com ansiedade, mas, aqui, Alaina e Patrick sabem como trabalhar as composições sem acionar gatilhos. Tennis, também, mantém a estética e a sonoridade dos trabalhos anteriores, mas entrega cinco canções em uma roupagem que soa diferente do que já foi apresentado pelo duo.


Nota: 8
Faixas: 5
Gravadora: Mutually Detrimental 



Postagens Relacionadas:

  • Resenha: Ra Ra Riot - Need Your Ligth O quarto disco de inéditas da banda norte-americana Ra Ra Riot chegou esse ano, em meados de Fevereiro. Intitulado "Need Your Ligth", o novo registro mantém os mesmos sintetizadores presentes no álbum antecessor, "Beta L… Leia Mais
  • Resenha: The Ride - Nelly Furtado Nelly Furtado com certeza é uma das cantoras mais versáteis do cenário pop. Em "Whoa, Nelly!" (2000), trabalho de estreia da luso-canadense, há uma forte presença do R&B e do Soul, já no segundo trabalho, "Folklore"… Leia Mais
  • Resenha: We Can Die Happy - Tennis Após o ótimo "Yours Conditionally" (2017), Alaina Moore e Patrick Riley retomam o fôlego e lançam mais um registro. Dessa vez, o duo norte-americano Tennis entrega ao público o EP "We Can Die Happy", registro composto po… Leia Mais
  • Resenha: TU - Tulipa Ruiz Após apresentar uma discografia que, a cada disco lançado, Tulipa Ruiz mostrava um crescimento artístico e musical, a mineira, em seu novo registro intitulado "TU", parece dar uma desacelerada e resolve flerta com uma son… Leia Mais
  • Resenha: Rihanna - ANTI Após três anos de hiato, a cantora Rihanna finalmente lança o seu tão aguardado disco de inéditas intitulado "Anti", oitavo disco de sua carreira. Antecedido pelo decepcionante "Talk That Talk" (2011) e o regular "Unapolo… Leia Mais

0 comentários:

Postar um comentário