Resenha : SILVA - Vista Pro Mar







Sol, praia, sombra e água fresca são uma das características para representar o segundo disco de SILVA, Vista Pro Mar. Deixando de lado o som mais acanhado presente em seu primeiro registro (Claridão - 2012), o capixaba apresenta um trabalho mais alegre, ensolarado, embora com pitadas de melancolia aqui e acolá.

O álbum é recheado por baterias robóticas, sintetizadores prazerosos, sons praianos e de metais em arranjos perfeitamente harmônicos com os vocais suaves e confortáveis do cantor. A faixa-título, "Vista Pro Mar", abre o registro com um som mais alto astral apresentando a alegria já mencionada pelo SILVA que estaria presente no disco. Os versos "Eu sou de remar /Sou de insistir / Mesmo que sozinho" apontam a vontade do interprete em crescer e a busca por novos sons que serão entregues ao longo da audição das próximas faixas. Em contraste com a alegria da faixa anterior, SILVA mergulha em "É Preciso Dizer" numa melancolia nostálgica onde o arranjo sintético se entrelaça ao som da maré e das gaivotas, proporcionando ao ouvinte viajar até uma praia ensolarada tingida em preto e branco. 



Completando a mensagem da primeira faixa, o cantor traz a canção mais ensolarada e pop do disco, "Janeiro". Nela, SILVA quer esquecer dos sofrimentos de um amor de outra hora (amor não correspondido? termino de um relacionamento?) e convida o ouvinte a se entregar a alegria, deixar as amarguras passadas de lado e a amar novamente.

O capixaba apresenta faixas que intensificam ainda mais a proposta oceânica do disco com a leveza praiana de "Entardecer", recheada por uma guitarra reggae suave, e na solitária "Okinawa", onde a parceria com Fernanda Takai dá uma pitada adocicada e comportada para a faixa.




O catálogo ainda é incorporada por belas canções pop como "Disco Novo", a melosa, mas dançante "Universo", referências dos anos 80 com a disco e bossa-nova "Cupaba" e anda pelo afrobeat em "Volta". Na nona faixa, "Ainda", o capixaba deixa de lado o som sintético, apresentando uma bela melodia e letra, acompanhado por um violão e sons de passarinhos no fundo, entregando uma sonoridade acústica característico de muitos interpretes dessa nova safra da MPB. O álbum se despede com "Maré", música onde SILVA intensifica ainda mais a vontade de ir além, da busca pela realização de seus anseios e sonhos e, retornando toda a alegria (embora mais comportada) do início do álbum.  










Por mais que a sonoridade das faixas pareça um pouco entre si, SILVA consegue adicionar a cada uma delas elementos diversificados (sejam nos arranjos, nas influências ou nas letras) que atraem o ouvinte até o fim tornando quase impossível a escolha de uma faixa favorita.

Vista Pro Mar é um registro autêntico onde a mensagem deixada é de crescer, ir além, trilhar novos rumos e não se entregar a dor e o sofrimento de um amor passado (por mais que haja lembranças). O disco também é a prova de um pop brasileiro bem feito, de qualidade e sem se entregar as fórmulas prontas ou massivas referências das sonoridades estrangeiras. O álbum é belo, alegre, dançante e melancólico. É daqueles discos para ouvir no fim da tarde, na praia sentindo a brisa do vento e, com certeza, para sempre termos em nossa playlist.





Gravadora: Slap
Faixas: 11
Nota: 9.0
Ouça : DeezerYoutube



2 comentários:

  1. "O disco também é a prova de um pop brasileiro bem feito, de qualidade e sem se entregar as fórmulas prontas ou massivas referências das sonoridades estrangeiras". Até se utiliza de algumas fórmulas, mas de maneira tão autêntica que fica uma delícia de ouvir!
    E você tem que ir a um show do SILVA para fazer um registro do momento, haha!

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    1. Tenho sim, mas é rezar para ele vir algum dia aqui em São Luís kkkk

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